quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

O tempo brinca com sonhos

Às vezes sinto falta da minha inocência de não saber distinguir o caro do barato.

Fechei meus olhos e te contemplei por milênios.
Sorri e te devorei com o meu sorriso de canto de boca
Você enche de beijos os buracos do meu rosto.
E caminha lentamente com seus dedos
Fazendo cócegas nas linhas de expressão
Que o tempo me deu...
O tempo me deu... Tempo.
E os milênios são singelos segundos.
O espirro da natureza sobre um pensamento.
É isso. É isso que você é agora.
Está tudo erroneamente no lugar certo.
Te pergunto apenas, que música é essa?
Que canta meus ouvidos enquanto você se deleita
Eu estou quieta, como a brisa num dia de calor
O silêncio se cala com a voz da minha respiração
Que me entrega de desespero entre outras sensações.
Sentei-me e cruzei minhas pernas.
Você imóvel me observa.
Me congela, com um olhar faminto.
Não sei se é luxúria ou instinto.
Dou de ombros por não saber o que dizer.
Mas como se precisasse...
Já que você lê todos meus movimentos.
Interpreta todos meus pensamentos.
E debocha da minha debilidade
O que me incomoda é o tempo.
Que sem movimento me leva embora
Me expulsa de casa, me chama de infrator
Grita comigo e eu me vejo diante de um sonho.
Uma ilusão genuína, autêntica e palpável.
Era só o tempo brincando comigo.
Brincando de ser amigável.